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Tiago Ângelo

Portugal

material audiovisual, ferro, corte laser, material eletrónico, cobre, soldadura

Sonoscopia

Tiago Ângelo

ciclo programático 02 / Rumble Stripe

em colaboração com: Andreia Santana

Tiago Ângelo é um artista residente no Porto, cuja prática compreende a interrogação do relacionamento entre música, tecnologia e o corpo, ao nível experiencial e sensorial. Trabalhando na interface da música, do som e dos media interactivos para desenvolver instalações sonoras, instrumentos musicais, peças interactivas e performances para teatro. A sua abordagem emerge de conhecimentos de electrónica, programação e composição, convidando os seus ouvintes a experienciar as frequências e vibrações dos fenómenos sonoros. O seu trabalho procura explorar e expandir a nossa relação com a música e o som, guiando-nos através de um diálogo entre tecnologia e o sistema sensor.

A série de esculturas dispostas no espaço formam uma pauta gráfica e, como extensão da experiência do trabalho e ambiente na fábrica, são pontuadas por um conjunto de estruturas, todas pintadas em azul turquesa (muito próximo do tom da oxidação próprio do cobre) que recebem um conjunto de objetos sonorizados e desenhos vazados sobre chapas - transformadas a partir de objetos recuperados. Os volumes, que ganham maior notoriedade na exposição, são esculturas feitas em cobre a partir de tubos que insinuam um “serpentear” pelo espaço simultaneamente com a presença de linhas que fixam o movimento que o condutor de orquestra executa quando quer demarcar um silêncio.

Os desenhos estão afiliados à obra de Cornelius Cardew, impulsionador da transformação visual das pautas, que conduziu a produção musical a novos paradigmas, tidos como “absurdos”, “não-musicais” ou “obtusos” e que, rapidamente, alargaram as possibilidades da música experimental da década de 70.

(...) Com a ativação musical, tanto durante toda a exposição como durante os eventos de performance ativados pelo Tiago Ângelo, que nos permite sentir através de microfones próprios a vibração entre um material e outro, somos seduzidos para uma atenção às pequenas coisas e um modo diferenciado de olhar que nos permite auscultar vozes, e qualidades inerentes aos animais, plantas e elementos. A ativação musical das peças e os seus silêncios produzem uma consciência do espaço que extravasa a nossa capacidade de visão. Progredindo no espaço, observando uma e outra peça, estas “aparecem” nas nossas costas, pela sua sonoridade ou quietude. Esta nova capacidade de experiência do espaço, oferecido por um novo sentido à experiência da escultura, possibilita uma hipersensibilização do corpo do visitante da exposição, mais disponível para interagir com as obras.

Texto completo aqui, por Hugo Canoilas

Credits

colaboração com Andreia Santana
parceria com Sonoscopia

recursos: cobre, ferro, corte laser, som, motorização
formato: residência ciclo programático 02
fotografia & video: Bruno Lança